As relações métricas do amor

18/06/2017

Quem a via na rua não imaginava tudo que cabia na história dela.

Era menina, porém na maior parte do tempo se fazia mulher. Não só porque era necessário, mas porque ela gostava que fosse assim. Ela gostava que a ternura do seu rostinho, que não envelhecia, escondesse tudo que era capaz de fazer.

Uma vida inteira de aventuras. É isso que ela enxerga quando olha para o passado, quando sente o presente é quando mira o futuro. Uma vida memorável, sempre foi esse o seu maior objetivo.

Era tão viciada em aventuras que certa vez, colecionando seus amores habitualmente, ela se deu conta que além de racional e emocional, o amor também podia ser geométrico. Um dos seus tomou forma de um triangulo.

Um lado a instigava por ser misterioso envolvente e diferente do que estava acostumada. O outro era mais afetivo, mais presente, mais cativante, esse a dava mais atenção (o que ela gostava, porém esse não era um argumento forte o bastante para fazê-la optar por um e não pelo outro). Não era como um triangulo retângulo perfeito que pode ser resolvido, facilmente ou nem tanto, por uma equação trigonométrica. Isso porque os lados não eram opostos, eles eram amigos.

Ela, com seu charme aventureiro de hipotenusa, optou pelos dois e não a culpem. Porque afinal, no mundo há três tipos de pessoas com muita história para contar: aquelas que colecionam objetos, as que colecionam pessoas e as que colecionam experiências.  

© 2016 Versos e Cafeína. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora